Os fãs da NBA que aguardam por um acerto entre a liga profissional de basquete norte-americano e a Associação dos Jogadores no impasse na questão salarial terão que aguardar um pouco mais. O próximo encontro entre os dirigentes das franquias e os atletas deve acontecer apenas em agosto.
Segundo o site norte-americano CBS Sports, não haverá reunião nos próximos dias envolvendo as duas partes. Com isso, a paralisação das atividades da liga deve completar um mês. O locaute teve seu inicio no primeiro dia do mês de julho.
Na última sexta-feira (dia 15), representantes do sindicato odos jogadores e das franquias da NBA tiveram um encontro. A reunião deve se repetir nesta sexta (22). No entanto, sem a presença de David Stern, comissário da liga, e Billy Hunter, diretor executivo da Associação dos jogadores.
Entenda o locaute
O impasse
O impasse acontece por conta de uma nova proposta de trabalho feita por parte da liga. A NBA quer uma parte maior da receitas envolvendo o campeonato. Atualmente, os jogadores ficam com 57% de todo o faturamento. David Stern, comissário geral da liga, propõe que essa quantia caia para 50%.
O principal motivo para o pedido de mudança dos rumos de faturamento, segundo a NBA, é o prejuízo da última temporada. A conta da liga ficou no vermelho em aproximadamente US$ 300 milhões. Além disso, apenas oito das 30 equipes do campeonato tiveram lucro.
Por conta disso, a NBA quer implantar um sistema de teto salarial inflexivel. Ou seja, não seria permitido às equipes exceder o valor permitido de nenhuma forma para manter elencos mais caros.
A associação dos jogadores não concorda com a medida. Mais unidos, muitos atletas de diversas equipes têm constantemente afirmado que apoiam a decisão de manter o impasse enquanto a liga não oferecer um contrato mais lucrativo.
Segundo Chris Paul, armador do New Orleans Hornets, os jogadores já vinham sendo alertados para a possibilidade do bloqueio. Michael Beasley, do Minnesota Timberwolves, disse que já se preparava para esse momento desde 2007.
Quais as implicações do locaute?
Qualquer atividade e contato entre jogadores e as franquias estão suspensas por tempo indeterminado. O atletas não podem usar as instalações das equipes para nada. São proibidos de entrar, de treinarem e se tratarem de lesões, entre outras coisas.
Já os dirigentes não podem ter nenhum contato com os atletas, sob pena de multa. Por conta disso, não há a possibilidade de negociação para a contratação de atletas. A assinatura de contrato com os novatos também está vetada enquanto o locaute estiver instalado.
O impasse pode afetar também as competições organizadas pela Fiba (Federação Internacional de Basquete). Para defenderem as seleções nacionais, os jogadores da NBA precisam de um seguro de saúde. Sem contato com as franquias, os atletas não possuem esse tipo de benefício.
Quem já sofreu com isso foi a seleção brasileira. O time treinado pelo argentino Ruben Magnano não poderá contar com Nenê Hilário, pivô do Denver Nuggets, para tentar acabar com o jejum de 16 anos sem participação em Jogos Olímpicos. O jogador terminou seu contrato com a franquia do Colorado e alegou "motivos pessoais e contratuais" para pedir dispensa do grupo que disputará o Pré-Olímpico.
Caminho fora dos EUA
Com a disputa próxima temporada sob ameaça, alguns jogadores já planejam o que fazer caso o locaute persista. O caminho de alguns atletas pode ser atuar em outras ligas, especialmente na Europa ou na China. Deron Williams é o caso mais importante. O jogador confirmou o acerto para defender o Besiktas da Turquia