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Opinião: O dinheiro do Lakers

O que você faria se tivesse US$ 35 milhões (aproximadamente R$65 milhões) para gastar? Certamente o natal seria bem mais interessante. Mas não é bem assim que as coisas acontecem na Califórnia. Pelo menos para a parte roxa e amarela de lá. Com todo esse dinheiro, os fãs dos Los Angeles Lakers não estão nada felizes. A tradicional franquia da NBA tenta corrigir erros de gastos para seguir no topo da principal liga de basquete no mundo.

Lakers é atualmente o time do século da NBA. De 2000 pra cá são cinco conquistas e outras duas finais. O time de Los Angeles chegou a 16 conquistas e se aproximou do Boston Celtics na briga pelo maior número de troféus do basquete norte-americano. Basta apenas mais uma taça, para a franquia californiana empatar com os maiores rivais e principais carrascos de sua história.

Contudo, o Lakers vive um momento de transição que pode comprometer essa história recente. Kobe Bryant, principal astro da franquia, já não vive seus melhores dias. Embora ainda compareça de forma decisiva, o jogador sofre com problemas no joelho e no indicador da mão direita, justamente a utilizada para o disparo.




Kobe precisa de um elenco de apoio que ofereça a possibilidade de brigar pelo sexto título e alcançar o feito de Michael Jordan no Chicago Bulls. Contudo, lá em Los Angeles, o pessoal se deu conta que os coadjuvantes de Bryant estão com a relação custo-benefício não muito interessante para a franquia.

O Lakers foi na temporada passada o time que mais gastou com salários de jogadores e tem tudo para "façanha" novamente no próximo campeonato. Por conta disso, a equipe está desesperada na busca por mudanças em seu elenco. Por que precisa economizar dinheiro? Não, o Lakers é talvez a franquia mais midiática da liga. Sua força para arrecadar fundos não tem tamanho.

Já que vai gastar, que gaste com bons jogadores. O Lakers tentou a contratação de Chris Paul (barrada pela liga) e segue perseguindo Dwight Howard. Para tê-los, a franquia aceitaria se livrar de Lamar Odom (que já foi para o Dallas Mavericks), Pau Gasol e Andrew Bynum.

Eu não sou o maior fã de Gasol. Passo longe disso. Mas as três finais em quatro anos com o espanhol foram esquecidas pelo Lakers. Provavelmente, os diretores da franquia acreditam que os US$ 57 milhões que o pivô tem a receber pelas próximas três temporadas são exagerados. E na verdade, são mesmo.

Contudo, eu não o coloquei no tal dos US$ 35 milhões citados no começo do texto. Esse dinheiro é reservado para Andrew Bynum (14,9 milhões), Ron Artest  ($6,7 milhões), Luke Walton (5,6 milhões), Steve Blake (4 milhões), Matt Barnes (1,9 milhão) e Devin Ebanks, Derrick Caracter que completam a folha com aproximadamente 800 mil cada.

Todos esses jogadores somados colaboraram em média com apenas 37,3 pontos durante o último campeonato. Só Kobe e Gasol juntos deram ao Lakers 44,1 de média.

Veja o caso de Bynum, por exemplo. Um pivô que recebe um salário gigante para a sua produção. Os problemas no joelho tiraram o jogador de um terço da temporada regular. E ainda há uma ideia geral de que ele carregará essas dores por toda a carreira.

Artest e Barnes são outros exemplos do dinheiro mal gasto pelo Lakers. Tudo bem que eles são jogadores com ótimo poder defensivo, mas pouco entregam à equipe na outra metade da quadra. Quando eles estão em ação, obviamente as defesas rivais podem concentrar seus esforços em dobrar a marcação em Kobe ou Gasol. Artest ainda tem mais US$ 14 milhões nos próximos dois anos enquanto Steve Blake, que pouco joga, receberá US$ 12 milhões nos próximos anos.

Fato é que o Lakers está tentando desesperadamente conseguir negociações para mudar a situação de seu elenco para as próximas temporadas. Todo mundo quer jogar num time como o de Los Angeles. Chris Paul queria, mas a NBA vetou. Acho pouquíssimo provável que outros times aceitem trocas com esses nomes que o time californiano tem a oferecer.

Enquanto isso, parece cada vez mais distante a ideia de uma equipe muito forte para a disputa da próxima temporada que começa no dia 25 de dezembro. E sem presentes de Papai Noel.